Política de Privacidade JK Shopping - DF.
Nós levamos sua privacidade a sério. Por isso, escrevemos este documento para demonstrarmos nosso compromisso em zelar pelas informações pessoais que você possa vir a nos fornecer quando visitar nosso site. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com nossa politica de privacidade. Ver Política de Privacidade.
O seu contato é muito importante para nós,use um dos números abaixo para falar conosco.
O seu contato é muito importante para nós, preencha o formulário abaixo para falar conosco.
Novidades exclusivas do JK no seu email, inscreva-se preencha o formulário
Digite aqui o que você quer e a gente pesquisa pra você.
O Dia do Cinema Brasileiro é celebrado como uma homenagem a uma das mais tradicionais e impactantes artes da modernidade. A Sétima Arte chegou ao Brasil em 1896, mas foi na década de 1960, com o movimento Cinema Novo, que o cinema nacional ganhou relevância social e cultural, transformando-se em uma poderosa ferramenta de expressão e reflexão.
Acompanhe este artigo para conhecer a importância dessa data e descobrir 10 filmes nacionais aclamados pela crítica e pelo público, que refletem a essência e a diversidade do nosso país.
Dia do Cinema Brasileiro – 5 de novembro
O Dia do Cinema Brasileiro, celebrado em 5 de novembro, é uma homenagem à riqueza, à diversidade e ao impacto cultural das produções cinematográficas nacionais. A data remete a 1896, quando o cinegrafista Afonso Segreto realizou as primeiras filmagens do Brasil ao captar imagens da Baía de Guanabara. Esse evento marcou o início de uma jornada que transformaria o cinema brasileiro em uma ferramenta poderosa para contar histórias autênticas e refletir as realidades e complexidades do país.
Produções nacionais desempenham um papel essencial no cinema ao dar voz a perspectivas únicas, muitas vezes ignoradas por produções estrangeiras. O cinema brasileiro, ao longo das décadas, tornou-se um espelho das experiências sociais, políticas e culturais do país. Desde o Cinema Novo, com suas críticas à desigualdade social, até filmes contemporâneos como Bacurau e Que Horas Ela Volta?, que exploram temas de resistência, injustiça e transformação, o cinema nacional ajuda a moldar o entendimento sobre a realidade brasileira.
Essas produções não apenas divertem e emocionam, mas também educam e provocam reflexões, tanto para o público local quanto para o internacional. Ao mostrar a vida em favelas, o cotidiano de diferentes regiões ou o folclore brasileiro, filmes nacionais como Cidade de Deus, Central do Brasil e O Auto da Compadecida foram além das fronteiras e conquistaram prestígio mundial, refletindo a criatividade e a identidade do Brasil.
Além disso, o cinema brasileiro impulsiona a economia criativa, gerando empregos e promovendo o turismo cultural. Festivais e premiações internacionais têm reconhecido cada vez mais a qualidade das nossas produções, com diretores, atores e produtores se destacando mundialmente. Esse reconhecimento fortalece o apoio à produção nacional, essencial para enfrentar os desafios financeiros e estruturais que o setor enfrenta.
Assim, o Dia do Cinema Brasileiro é uma data para celebrarmos não apenas os filmes, mas também todos os profissionais envolvidos nesta indústria. É um momento de incentivo para que o público explore mais do cinema nacional, reconhecendo-o como parte fundamental do patrimônio cultural do Brasil e reforçando o valor das histórias locais na construção de uma identidade rica e diversa.
Em homenagem a data, o Blog JK reuniu uma lista com 10 filmes essenciais que representam o melhor da nossa cinematografia. Confira os detalhes de cada um e descubra onde assistir!
1. Macunaíma (1969)
Lançado em 1969 e dirigido por Joaquim Pedro de Andrade, “Macunaíma” é uma das obras mais emblemáticas do Cinema Novo e um exemplo notável da capacidade do cinema brasileiro de refletir e criticar sua própria sociedade. Baseado no romance homônimo de Mário de Andrade, o filme apresenta uma sátira mordaz e irreverente que explora as contradições da identidade nacional brasileira.
A trama segue Macunaíma, interpretado brilhantemente por Grande Otelo, um anti-herói que personifica a preguiça e a falta de caráter. Nascido em uma tribo indígena no coração da Amazônia, Macunaíma é descrito como um jovem sem qualidades admiráveis, que se vê em uma jornada cheia de absurdos ao deixar sua terra natal em busca da cidade grande, onde ele espera encontrar fortuna e felicidade. Durante sua trajetória, ele passa por diversas transformações, tanto físicas quanto sociais, tornando-se um homem branco ao se adaptar à nova realidade urbana.
A narrativa é repleta de elementos metafóricos e surrealistas, refletindo a multiplicidade da cultura brasileira e suas influências africanas, indígenas e europeias. Macunaíma, que é um personagem paradoxal, enfrenta diversos desafios que revelam a hipocrisia e a corrupção da sociedade, assim como a alienação e o desencanto que muitos brasileiros sentem em relação à modernização e ao progresso.
A escolha dos atores, Grande Otelo e Paulo José, foi fundamental para trazer à vida o espírito irreverente da obra. Grande Otelo, um ícone do cinema e teatro brasileiro, imortaliza Macunaíma com sua performance carismática e cômica, enquanto Paulo José faz a ponte entre o mundo indígena e o urbano, proporcionando uma reflexão sobre as diferentes camadas da identidade brasileira.
Joaquim Pedro de Andrade utiliza uma estética inovadora e ousada, misturando gêneros e estilos cinematográficos, incluindo elementos do teatro de revista, da comédia e do documentário. Essa abordagem é uma das características distintivas do Cinema Novo, que buscava uma linguagem cinematográfica própria para expressar as complexidades e contradições do Brasil.
“Macunaíma” também é significativo por sua crítica social e política. O filme lança um olhar atento sobre a desigualdade e a injustiça, ao mesmo tempo em que questiona o que significa ser brasileiro. O personagem principal, que é muitas vezes visto como um anti-herói, desafia as convenções tradicionais de heroísmo e moralidade, levantando questões sobre a falta de ética e o individualismo que permeiam a sociedade.
Ao longo dos anos, o filme se consolidou como um clássico do cinema brasileiro, sendo estudado e analisado em diversas disciplinas acadêmicas. Sua relevância cultural permanece viva, sendo frequentemente citado em discussões sobre identidade nacional e diversidade cultural no Brasil.
“Macunaíma” é uma obra-prima que, por meio de sua narrativa cômica e crítica, oferece uma visão multifacetada do Brasil. O filme não apenas diverte, mas também provoca reflexões profundas sobre a cultura, a política e a identidade brasileira, consolidando-se como um marco do Cinema Novo e um convite à análise das complexidades sociais que o país enfrenta.
Onde assistir: Globoplay.
2. Central do Brasil (1998)
Dirigido por Walter Salles e lançado em 1998, “Central do Brasil” é um dos filmes mais emblemáticos do cinema brasileiro contemporâneo. A obra é um retrato sensível e comovente das relações humanas e das dificuldades enfrentadas por pessoas marginalizadas na sociedade.
A trama gira em torno de Dora, interpretada magistralmente por Fernanda Montenegro, uma mulher solitária e amargurada que trabalha na Central do Brasil, onde escreve cartas para pessoas analfabetas. A rotina de Dora muda drasticamente quando ela conhece Josué, um menino de 9 anos, interpretado por Vinicius de Oliveira, que acaba de perder a mãe em um trágico acidente. Josué busca seu pai, que vive em uma cidade distante no sertão. Inicialmente relutante em ajudar, Dora acaba se envolvendo na missão do garoto, dando início a uma jornada que transformará suas vidas.
A relação entre Dora e Josué é o coração do filme. No começo, Dora é cínica e desconfiada, enquanto Josué é inocente e sonhador. À medida que eles enfrentam desafios e situações adversas, como a pobreza e a corrupção, a amizade entre eles se fortalece, revelando a capacidade de resiliência e solidariedade humana. O desenvolvimento dessa relação é retratado de forma íntima e autêntica, fazendo com que o público se conecte emocionalmente com os personagens e suas lutas.
A cinematografia de “Central do Brasil” é outro ponto forte do filme. Salles utiliza paisagens do Brasil, desde as movimentadas ruas do Rio de Janeiro até o vasto sertão nordestino, para criar uma atmosfera visual rica e evocativa. A transição entre esses ambientes reflete não apenas a jornada física dos personagens, mas também a sua busca por pertencimento e identidade.
O filme aborda questões sociais profundas, como a desigualdade, a solidão e a busca por esperança em um contexto de adversidade. A viagem de Dora e Josué é uma metáfora para a busca por conexão e compreensão em um mundo muitas vezes indiferente. Através de encontros com outros personagens ao longo do caminho, como o casal de viajantes e o homem que se torna um obstáculo, a narrativa expõe a complexidade das relações humanas e as diferentes formas de amor e amizade.
“Central do Brasil” foi amplamente aclamado pela crítica internacional, recebendo indicações a prêmios renomados, incluindo o Oscar de Melhor Estrangeiro. A performance de Fernanda Montenegro, em particular, foi exaltada, e ela se tornou a primeira atriz brasileira a ser indicada ao Oscar. O filme também conquistou o Urso de Ouro no Festival de Berlim, solidificando seu status como uma obra-prima do cinema nacional.
Além de seu sucesso comercial e crítico, o filme gerou um impacto duradouro na sociedade brasileira, trazendo à tona discussões sobre educação, infância e a condição das classes menos favorecidas. A exibição continua a ressoar com novas gerações e é frequentemente recomendado como uma obra essencial para entender a cultura e a realidade brasileira.
Em suma, “Central do Brasil” é uma poderosa história de amor, perda e redempção que transcende fronteiras culturais. A jornada de Dora e Josué é um testemunho da força do espírito humano e da capacidade de transformação através da amizade, fazendo do filme uma obra atemporal e relevante, que merece ser vista e revisitada.
Onde assistir: Globoplay e Apple TV+ (aluguel).
3. O Auto da Compadecida (2000)
Uma das obras mais icônicas do cinema brasileiro, lançado em 2000, e dirigido por Guel Arraes. O filme é uma adaptação da peça homônima escrita por Ariano Suassuna, um dos grandes nomes da literatura nordestina. Ambientada no sertão da Paraíba, a trama é uma mistura de comédia, drama e elementos da cultura popular, que explora as tradições e a vida cotidiana da região.
A história gira em torno de dois personagens carismáticos: Chicó, interpretado por Selton Mello, e João Grilo, vivido por Matheus Nachtergaele. Chicó é um sonhador, sempre contando histórias exageradas sobre suas supostas bravuras, enquanto João Grilo é um malandro que usa sua esperteza para se livrar de encrencas. Juntos, eles enfrentam uma série de situações inusitadas e cômicas, tentando sobreviver em um ambiente hostil, repleto de miséria e injustiças.
Um dos aspectos mais fascinantes do filme é a forma como ele aborda temas profundos como fé, justiça, moralidade e desigualdade social. A fé dos personagens é testada em diversas situações, e o filme traz à tona discussões sobre o que é realmente justo e o que a sociedade considera certo. A figura da Compadecida, interpretada por Fernanda Montenegro, simboliza a compaixão e a misericórdia, oferecendo uma reflexão sobre a necessidade de empatia e solidariedade em tempos de dificuldades.
“O Auto da Compadecida” também é um exemplo brilhante de como o humor pode ser uma ferramenta poderosa para tratar de questões sérias. As situações absurdas e os diálogos inteligentes, repletos de referências culturais e populares, fazem o espectador rir ao mesmo tempo em que provoca uma reflexão crítica sobre as condições sociais e a luta pela dignidade. O filme utiliza elementos do teatro popular nordestino, como as cantigas e a oratória, para enriquecer a narrativa e a estética, criando uma atmosfera única que homenageia a cultura regional.
Além de seu valor cultural, o filme foi um grande sucesso de público, alcançando um público diversificado e se tornando um clássico do cinema brasileiro. Ele foi amplamente aclamado pela crítica, recebendo prêmios e reconhecimento em festivais nacionais e internacionais, e é frequentemente lembrado como um dos melhores filmes brasileiros de todos os tempos.
A produção também se destaca por sua cinematografia e direção de arte, que recriam com maestria o ambiente do sertão, com seus contrastes e peculiaridades. A atuação de todo o elenco, incluindo a participação de Marco Nanini como o cangaceiro e de Virginia Cavendish como a mulher de Chicó, contribui para a profundidade e a complexidade dos personagens, tornando a narrativa ainda mais envolvente.
“O Auto da Compadecida” é uma obra que transcende o entretenimento, oferecendo uma rica reflexão sobre a condição humana. Com uma narrativa repleta de humor e emoção, o filme é uma verdadeira celebração da cultura nordestina e um convite à reflexão sobre as desigualdades que persistem na sociedade. Ele continua a ser uma referência essencial no cinema brasileiro, ressoando com novas gerações e reafirmando a relevância de suas mensagens universais.
Onde assistir: Globoplay.
4. Cidade de Deus (2002)
Um dos filmes mais emblemáticos do cinema brasileiro, lançado em 2002 e dirigido por Fernando Meirelles e Kátia Lund. Baseado no livro homônimo de Paulo Lins, o filme narra a história do crescimento da favela Cidade de Deus, situada no subúrbio do Rio de Janeiro, desde a década de 1960 até a década de 1980.
A narrativa é centrada em Buscapé, um jovem que sonha em se tornar fotógrafo. Através de seus olhos, o espectador é levado a um passeio intenso e dramático pelas realidades cruéis e complexas da vida na favela. A história é contada de forma não linear, alternando entre diferentes períodos e personagens, o que ajuda a criar uma visão multifacetada da vida na Cidade de Deus.
Um dos principais temas do filme é a violência e a criminalidade que permeiam a vida na favela. O longa-metragem retrata a ascensão de gangues, em particular a de Zé Pequeno (Leandro Firmino), um jovem que se torna um dos principais traficantes da região. À medida que o poder de Zé Pequeno cresce, a favela é tomada pela violência, e Buscapé se vê cada vez mais envolvido nesse mundo perigoso.
“Cidade de Deus” é notável não apenas pela sua narrativa impactante, mas também pela sua estética visual. O filme utiliza uma abordagem estilística inovadora, com cortes rápidos, ângulos de câmera dinâmicos e uma edição vibrante que mantém o espectador em constante tensão. A trilha sonora, que mistura hip-hop e samba, complementa a energia do filme, criando uma atmosfera intensa que reflete as emoções dos personagens e o ambiente caótico da favela.
A obra foi aclamada pela crítica e recebeu diversos prêmios, incluindo quatro indicações ao Oscar, consolidando-se como um marco no cinema brasileiro e internacional. Seu impacto vai além das telonas, provocando debates sobre as condições sociais e a realidade das favelas no Brasil. “Cidade de Deus” expôs as desigualdades sociais e a falta de oportunidades que levam muitos jovens a se envolverem com o crime, além de mostrar a resiliência e a força da comunidade.
O filme é também um reflexo da complexidade das relações humanas em contextos de violência e pobreza. Embora muitos personagens enfrentem destinos trágicos, o filme também revela momentos de esperança e solidariedade entre os moradores da favela.
“Cidade de Deus” é uma obra-prima que não apenas entretenha, mas também educa e provoca reflexões profundas sobre a realidade social brasileira. Através da história de Buscapé e da favela, o filme se torna um retrato poderoso de um Brasil em transformação, refletindo as lutas e as aspirações de uma geração que busca uma vida melhor, mesmo diante de desafios imensos.
Onde assistir: Netflix, Paramount+, Amazon Prime Video e Globoplay.
Documentário Cidade de Deus – 10 Anos Depois (2013)
Apesar do sucesso global de Cidade de Deus, dirigido por Fernando Meirelles e lançado em 2002, uma sequência oficial não foi realizada. No entanto, a obra original gerou desdobramentos importantes: o documentário Cidade de Deus – 10 Anos Depois (2013), dirigido por Cavi Borges e Luciano Vidigal. A obra em doc acompanha o destino dos atores do filme original, muitos dos quais eram jovens e moradores de comunidades, oferecendo uma visão sobre o impacto do filme em suas vidas e carreiras. Ele mostra o poder transformador que o cinema pode ter e como Cidade de Deus influenciou não só o público, mas também as trajetórias pessoais dos envolvidos.
A história de Cidade de Deus é um retrato brutal e impactante do crescimento da violência e das estruturas de poder dentro das favelas cariocas. Embora muitos fãs gostariam de ver uma sequência ficcional, o documentário acaba funcionando como um reflexo mais realista dos desdobramentos das vidas dos jovens atores e dos moradores da comunidade.
Onde assistir: Netflix e Globoplay.
5. Cabra Marcado para Morrer (1984)
Dirigido por Eduardo Coutinho, este documentário conta a história de João Pedro Teixeira, líder camponês assassinado em 1962. O filme teve suas gravações interrompidas pelo Golpe Militar e foi concluído 17 anos depois, tornando-se um símbolo da resistência e da luta pela terra no Brasil.
Onde assistir: Globoplay.
6. Que Horas Ela Volta? (2015)
Impactante e aclamado, “Que Horas Ela Volta?”, dirigido por Anna Muylaert, teve seu lançamento em 2015 e considerado o filme nacional do ano pelos cineastas. O filme se destaca por sua abordagem sensível e crítica das relações sociais e de classe no Brasil contemporâneo, utilizando o cotidiano de sua protagonista, Val, interpretada magistralmente por Regina Casé, para explorar questões de identidade, privilégio e desigualdade.
Val é uma empregada doméstica que trabalha para uma família de classe alta em São Paulo. Ela é dedicada e tem um relacionamento próximo com os membros da família, especialmente com a filha, que se vê como uma figura quase materna. No entanto, a dinâmica familiar muda drasticamente com a chegada de sua filha Jéssica (Camila Márdila), uma jovem que vem de uma cidade menor em busca de oportunidades e que não hesita em questionar as normas e as hierarquias que permeiam a casa.
A presença de Jéssica desafia as regras implícitas da residência, expondo as tensões entre empregadores e empregados. Enquanto Val se submete às exigências da família e busca manter a paz, Jéssica traz à tona uma nova perspectiva, lutando pelo reconhecimento e respeito, o que provoca um conflito intenso com a família para a qual Val trabalha. Essa tensão é ilustrada em várias cenas marcantes, onde o contraste entre as expectativas da classe alta e os desejos de uma jovem que anseia por liberdade e igualdade é palpável.
A diretora Anna Muylaert utiliza uma abordagem sutil, mas incisiva, para expor as dinâmicas de classe que permeiam a sociedade brasileira. A narrativa é construída de forma a criar empatia pelo ponto de vista de Val, enquanto a jovem Jéssica representa uma nova geração que não se conforma com a desigualdade e busca romper com as normas estabelecidas. Através de diálogos e situações cotidianas, o filme revela as complexidades das relações sociais, mostrando como a classe e o status econômico moldam comportamentos e expectativas.
A atuação de Regina Casé é digna de nota, retratando Val como uma mulher forte, mas vulnerável, que vive a tensão de seus papéis como mãe e funcionária. Sua jornada reflete as dificuldades e desafios enfrentados pelas trabalhadoras domésticas no Brasil, muitas vezes invisibilizadas e desvalorizadas. A performance de Camila Márdila como Jéssica traz uma nova energia ao filme, com sua determinação e desejo de mudança.
“Que Horas Ela Volta?” recebeu diversos prêmios e foi reconhecido em festivais internacionais, incluindo o Festival de Cinema de Sundance, onde recebeu elogios por sua narrativa envolvente e questões sociais relevantes. O filme não apenas entreteve, mas também gerou um debate necessário sobre classe social, direitos das trabalhadoras domésticas e as complexidades das relações familiares no contexto da desigualdade brasileira.
Em resumo, “Que Horas Ela Volta?” é uma obra poderosa que transcende as fronteiras do cinema, estimulando discussões sobre questões sociais prementes e a luta por igualdade. O filme continua a ressoar com o público, sendo um importante marco na filmografia nacional e uma contribuição significativa para a compreensão das dinâmicas sociais no Brasil.
Onde assistir: Netflix e Globoplay.
7. Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964)
Um dos filmes mais icônicos do Cinema Novo, “Deus e o Diabo na Terra do Sol” foi lançado em 1964 sob a direção de Glauber Rocha, um dos principais nomes do movimento. A obra é um marco não apenas pela sua estética inovadora, mas também pela profundidade temática e crítica social que apresenta, refletindo as tensões políticas e culturais do Brasil da época.
A trama gira em torno de Manoel (interpretado por Gildo de Freitas) e Rosa (Yoná Magalhães), um casal que vive no sertão nordestino e se vê forçado a fugir após um conflito com o coronel da região. Ao longo da história, eles se juntam a um grupo liderado pelo beato Sebastião (Othon Bastos), que propõe uma visão messiânica e fanática de fé, instigando a reflexão sobre a relação entre religião e poder. A jornada do casal é marcada por encontros com personagens que representam diferentes facetas da sociedade brasileira, revelando o contexto de miséria, injustiça social e violência que permeia a vida no sertão.
Glauber Rocha utiliza uma linguagem cinematográfica ousada, mesclando elementos de realismo e simbolismo, com uma estética visual que se destaca por sua intensidade e experimentação. A fotografia, assinada por Luiz Carlos Ripper, capta a aridez do sertão e as emoções dos personagens, criando um ambiente opressivo que reflete a luta interna e externa dos protagonistas. A trilha sonora, que incorpora músicas tradicionais nordestinas, também desempenha um papel crucial, reforçando a atmosfera e as tensões narrativas.
Um dos aspectos mais notáveis de “Deus e o Diabo na Terra do Sol” é a sua crítica ao fanatismo religioso e à hipocrisia social. O filme questiona a validade das promessas messiânicas e expõe a manipulação que ocorre em nome da fé, ao mesmo tempo em que explora a luta por dignidade e liberdade. As imagens de violência e sacrifício presentes na obra são um poderoso comentário sobre a opressão enfrentada pelo povo nordestino, e o filme ressoa com os movimentos sociais e políticos que emergiram durante e após a ditadura militar no Brasil.
A obra de Glauber Rocha, ao desafiar convenções narrativas e estéticas, ajudou a moldar a identidade do cinema brasileiro, abrindo espaço para discussões sobre política, religião e a condição humana. “Deus e o Diabo na Terra do Sol” permanece relevante e influente, sendo estudado e admirado como uma das maiores realizações do cinema nacional, um verdadeiro manifesto da cultura brasileira e do movimento Cinema Novo. É uma obra que continua a inspirar cineastas e a provocar reflexões sobre a sociedade e a história do Brasil.
Onde assistir: Globoplay e Itaú Cultural Play.
8. Carandiru (2003)
Dirigido por Hector Babenco, Carandiru retrata o trágico massacre no presídio homônimo, onde mais de 100 presos foram mortos em uma operação policial desastrosa. Baseado no livro de Dráuzio Varella, o filme aborda questões de violência e o sistema carcerário brasileiro.
Onde assistir: Globoplay e Netflix.
9. Ó Paí, Ó (2007)
Lançada em 2007, dirigida por Monique Gardenberg e estrelada por Lázaro Ramos, que interpreta o personagem principal, Roque, “Ó Paí, Ó” é uma comédia brasileira que se passa no vibrante Pelourinho, em Salvador, e retrata a vida cotidiana de seus moradores de forma leve e divertida, ao mesmo tempo em que aborda questões sociais e culturais relevantes.
O filme é recheado de música, dança e elementos da cultura baiana, destacando as tradições afro-brasileiras e a alegria do povo soteropolitano. Um dos pontos altos de “Ó Paí, Ó” é a forma como a comédia é utilizada para tratar de temas como identidade, pertencimento e a luta pela valorização da cultura local. A narrativa é permeada por diálogos bem-humorados e situações cômicas que refletem a realidade dos moradores do Pelourinho, mostrando suas esperanças e desafios. A estética do filme, com suas cores vibrantes e cenários exuberantes, contribui para criar um ambiente festivo e acolhedor.
Além do sucesso nas telonas, “Ó Paí, Ó” se destacou por sua trilha sonora, que mistura ritmos como o axé e o samba, além de canções originais que reforçam a conexão com a cultura baiana. A música é uma parte fundamental da narrativa, trazendo emoção e energia para as cenas.
O filme foi bem recebido pela crítica e pelo público, tornando-se um marco no cinema brasileiro contemporâneo. O carisma de Lázaro Ramos e a sensibilidade da direção de Monique Gardenberg resultaram em uma obra que, mesmo anos após seu lançamento, continua a ressoar na memória afetiva do público. Com seu humor e crítica social, “Ó Paí, Ó” é um convite para celebrar a cultura baiana e refletir sobre a riqueza da identidade brasileira.
Onde assistir: Globoplay.
Série Ó Paí, Ó
Após o sucesso de Ó Paí, Ó (2007), foi desenvolvida uma série homônima exibida pela TV Globo. A série Ó Paí, Ó traz de volta os personagens do filme, expandindo suas histórias e explorando o cotidiano do Pelourinho, em Salvador, com novos desafios e situações. Assim como o filme original, a série aborda temas sociais importantes como desigualdade, identidade e o racismo, tudo com uma boa dose de humor e musicalidade, refletindo a atmosfera vibrante da Bahia.
A série dá continuidade às histórias dos personagens, proporcionando ao público uma nova perspectiva sobre a vida desses moradores e trazendo novas situações em seu dia a dia. Assim, para quem quer revisitar o universo de Ó Paí, Ó, a série é uma ótima opção para matar a saudade e acompanhar os personagens em novas aventuras.
Onde assistir: Globoplay.
Ó Paí, Ó 2 (2022)
Depois de 15 anos do primeiro longa, Lázaro Ramos volta a viver o cantor Roque, de volta ao Pelourinho. Com direção de Viviane Ferreira,“Ó Paí, Ó 2” também traz, do elenco original, Dira Paes, Érico Brás e Luciana Souza, além de participações de novos nomes, como dos atores Luis Miranda e Clara Buarque e dos cantores Russo Passapusso (Baiana System) e Margareth Menezes.
Agora, Roque (Lázaro Ramos) está prestes a lançar sua primeira música e acredita que vai se tornar um artista de sucesso. Em tratamento psicológico desde o assassinato de seus filhos, Dona Joana volta a aprontar no prédio, mas há quem ache que ela é quem está certa. Já Neusão, perde seu bar para uma turma de caráter duvidoso, causando uma comoção geral. Enquanto isso, os jovens da segunda geração dominam a tecnologia e lutam pela causa negra com atitude regada à música e poesia. A animação da turma é ainda maior com as preparações para a Festa de Iemanjá, uma das mais populares do calendário baiano, que concentra uma multidão em Salvador.
Onde assistir: Globoplay.
10. “Bacurau” (2019)
Dirigido por Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, é uma obra que transcende gêneros, combinando thriller, ficção científica e uma incisiva crítica social. Ambientado em um futuro próximo, o filme se passa em Bacurau, uma pequena vila fictícia localizada no sertão nordestino, onde os habitantes enfrentam desafios diários e sobrevivem com a força da coletividade.
A trama começa quando os moradores percebem que Bacurau foi misteriosamente apagada dos mapas e das redes de comunicação. Aos poucos, eles descobrem que estrangeiros armados e poderosos estão atacando a vila, transformando-a em um território de caça. O filme, então, mergulha na luta pela sobrevivência e resistência dos moradores, que se unem para combater as ameaças externas. Com personagens únicos e uma atmosfera de tensão crescente, “Bacurau” explora o poder da união popular frente ao colonialismo, ao imperialismo e às desigualdades sociais, temas que ecoam a realidade brasileira.
O longa se destaca pela forma como combina o realismo com elementos de surrealismo e horror, criando uma narrativa que é ao mesmo tempo visceral e alegórica. Além disso, “Bacurau” apresenta um elenco diversificado, com destaque para Sonia Braga, que interpreta a médica Domingas, e Silvero Pereira, no papel do carismático Lunga, líder local e símbolo de resistência. O filme também é notável pela fotografia que realça as paisagens áridas e belas do sertão, destacando a rusticidade do cenário como um elemento quase mítico.
“Bacurau” foi amplamente aclamado pela crítica, ganhando o Prêmio do Júri no Festival de Cannes e consolidando-se como um marco do cinema brasileiro contemporâneo. Mais do que uma obra de entretenimento, o filme convida o espectador a refletir sobre a violência estrutural, a desigualdade e a identidade nacional, utilizando a ficção para lançar um olhar crítico sobre questões profundas e atuais da sociedade.
Onde assistir: Globoplay e Telecine.
Esses 10 filmes representam diferentes momentos e visões do cinema brasileiro, capturando o espírito e a complexidade do nosso país. Aproveite o Dia do Cinema Brasileiro para explorar essas histórias e se conectar com a diversidade do Brasil através da arte cinematográfica.
JK Shopping celebra aniversário de 10 anos com série de textos destacando histórias e ações
Dia dos Namorados: filmes românticos para você suspirar de amores
Oba, férias! Dicas de atividade lúdicas e destinos para curtir com a criançada
Festa Junina: Looks e Makes inspiradoras para pular fogueira
Quaresma: o que é, quando surgiu e curiosidades
Confira mais artigos recomendados para você!
Neste artigo, reunimos algumas informações importantes sobre o assunto, em busca de contribuir, a partir do compartilhamento de conteúdo relevante, com as lutas da população LGBTQIA+. Confira:
Se você chegou até aqui, é porque ama música e quer conferir os principais festivais do segmento no país. Afinal, nada se compara à experiência de um evento que reúne nossos artistas nacionais e internacionais preferidos, trajes deslumbrantes e boas companhias, em uma atmosfera única.