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O filme da Barbie chegou aos cinemas trazendo uma trama divertida e recheada de críticas sociais. Dirigido por Greta Gerwig — atriz, diretora e roteirista conhecida por filmes de cunho feministas, como Lady Bird e Adoráveis Mulheres
— a trama protagonizada por Margot Robbie no papel de Barbie e Ryan Gosling como Ken, se passa na fictícia BarbielândIa. No entanto, conforme a protagonista começa a vivenciar experiências incomuns em sua rotina, eles decidem embarcar em uma jornada ao Mundo Real em busca de respostas.
Abordando temas como patriarcado, machismo, assédio e ainda fazendo um breve recorte de raça, o longa conseguiu entregar um bom resultado em cena e também se destacou por retratar diferentes tipos de Barbie, desde a Presidente negra até a Advogada plus size.
Com um roteiro afiado, escrito pela própria Gerwig junto de seu marido Noah Baumbach (História de um Casamento), as alfinetadas foram bem distribuídas ao longo da trama, de modo que o filme não ficou cansativo e nem militante demais. Pensando nisso, listamos críticas nacionais e internacionais de quem assistiu o filme. Confira abaixo.
A revista Empire classificou Barbie como um filme “dolorosamente engraçado”, enquanto o jornal britânico Independent o descreveu como “alegre minuto a minuto”. Mas a opinião não é unânime. A publicação britânica Daily Mail afirmou que o longa é “irregular e desconexo”, enquanto a revista Time disse que era “muito bonito, mas não muito profundo”.
Para o comunicador, PH Santos, “Barbie” aborda temas espinhosos, como consumismo, padrões de beleza e patriarcalismo, enquanto faz piadas para relaxar o público. A narrativa é envolvente e divertida, mas também abraça a simplicidade nos objetivos macro. A atuação de Margot Robbie é cheia de níveis, e Kate McKinnon domina todas as cenas em que aparece. O roteiro propõe a ideia de amadurecimento feminino e a importância de agir a partir das novas percepções. O filme é divertido, faz reflexões rápidas e simples, mas também é complexo e desafia as estruturas patriarcais da sociedade.
Para Dalenogare a forma como o filme se afasta do merchandising e constrói uma sátira criativa é o que torna a trama um diferencial no segmento. O elenco, principalmente Margot Robbie como “Barbie”, é elogiado, assim como a trilha sonora. Apesar de alguns momentos confusos e momentos em que a trama parece precisar de um empurrão, o filme é divertido e criativo, cobrindo diferentes gêneros como comédia, drama e musical.
Os apresentadores do Omelete elogiam a atuação do elenco, especialmente Ryan Gosling, e as músicas e danças presentes na trama. Eles também apontam que o filme brinca com elementos metalinguísticos e tem uma linguagem de musical, embora não seja um musical completo.
Além disso, destacam que o filme é inteligente e subversivo, abordando questões adultas enquanto encanta o público infantil com o mundo mágico das bonecas.
Os apresentadores elogiam o design de produção do filme e a forma como ele simboliza a destruição dos sonhos dos homens. Concluem que o filme é genuíno e equilibra emoção e humor ácido de forma espetacular, sendo um dos melhores trabalhos de Greta Greca até o momento.
Para os comentaristas da Folha de S. Paulo, “Barbie” é um filme surpreendente e divertido, carregado de ironia do início ao fim. Apesar de ser o filme mais esperado do ano, é recomendado não criar altas expectativas em relação a ele. “Barbie” é uma mistura entre um filme para crianças e adultos, trazendo uma nostalgia de brincar com a boneca e, ao mesmo tempo, piadas adultas que levam a reflexões sobre os tempos atuais.
O filme é corajoso ao debochar do homem padrão e do machismo presente no mundo real, tornando-se uma ação de marketing da empresa Mattel. No entanto, pode ser considerado superficial e comercial demais por alguns espectadores.
A diretora Greta Gerwig fez um bom trabalho em incorporar uma visão artística e feminista ao filme, trazendo reflexões adultas e problemas contemporâneos envolvendo mulheres. Apesar de ser um pouco longo, é um filme divertido e surpreendente, embora possa incomodar aqueles que se sentirem alvos de deboche.
Em uma crítica em que deu cinco estrelas, Clarisse Loughrey, da publicação britânica Independent, escreveu: “Barbie é um dos filmes mainstream mais inventivos, imaculadamente elaborados e surpreendentes da memória recente — uma prova do que pode ser alcançado até mesmo nas entranhas mais profundas do capitalismo”.
“Embora seja impossível para qualquer filme de estúdio ser verdadeiramente subversivo, especialmente quando a cultura de consumo percebeu que a autoconsciência é boa para os negócios, Barbie consegue muito mais do que você pensa ser possível.”
Robbie Collin, do também britânico Telegraph, foi positivo, premiando o filme com quatro estrelas e descrevendo-o como “profundamente bizarro, conceitualmente escorregadio e muitas vezes hilário”.
“É um prazer inesperado reportar que o filme de Greta Gerwig — embora ainda seja fundamentalmente uma aventura de comédia de verão sobre a linha de brinquedos da Barbie — está longe de ser o golpe de força bruta que muitos de nós temíamos”, escreveu ele.
“O ângulo satírico — mais provável de atingir espectadores mais velhos do que pré-adolescentes — é repleto de entusiasmo e malícia. (Há piadas que cutucam alegremente vários grupos masculinos online.)”
No entanto, Sarah Vine, do Daily Mail, parece estar menos interessada na representação dos homens no longa. Ela escreveu: “É um filme profundamente anti-homens, uma extensão de todo aquele feminismo do TikTok que pinta qualquer forma de masculinidade — exceto a mais inócua — como tóxica e predatória…”
“Todo personagem masculino é um idiota, um fanático ou um perdedor triste e patético. Se os papéis fossem invertidos e um diretor fizesse um filme sobre como todas as mulheres são bruxas histéricas, neuróticas e interesseiras, seria denunciado — com razão — como profundamente ofensivo e sexista.”
Peter Bradshaw, do The Guardian, também fez uma crítica morna, premiando o filme com três estrelas. Ele afirmou que Barbie é “um filme bem-humorado, mas autoconsciente”, que é “ocasionalmente muito engraçado, mas às vezes também de alguma forma recatado e inibido, como se o desejo de ser engraçado só pudesse ser mesquinho e satírico”.
Acrescentou: “Este filme é talvez um comercial gigante de duas horas para um produto, embora não mais do que The Lego Movie, mas Barbie não vai para a jugular da comédia nem de longe.”
Outros críticos foram muito mais positivos. David Fear, da revista Rolling Stone, disse que Barbie “pode ser o blockbuster mais subversivo do século 21”, enquanto Alex Flood, do portal New Musical Express (NME), observou que o roteiro “contém sutileza inesperada”.
Críticas à parte, The Barbie é um sucesso de bilheteria e arrecadação
‘Barbie The Movie‘ provou ser um verdadeiro sucesso em seu lançamento. Segundo informações do The Numbers, o filme arrecadou cerca de US$ 337 milhões ao redor do mundo durante o fim de semana de estreia. Foram US$ 155 milhões nos Estados Unidos, e US$ 182 milhões no resto mundo. Ou seja, com os valores obtidos, a produção já está perto de gerar lucro para a Warner Bros., pois o filme conta com um orçamento estimado em US$ 145 milhões.
No Brasil, a estreia foi marcada por uma arrecadação de R$ 22,7 milhões em bilheterias, segundo dados divulgados pela Associação Brasileira das Empresas Exibidoras Cinematográficas Operadoras de Multiplex (Abraplex).
O live-action já teve a maior pré-venda de ingressos na história da Warner no Brasil., reunindo 1,2 milhão de brasileiros nas salas de cinemas, sendo considerada a maior bilheteria de estreia desde 2019, atrás apenas de Vingadores Ultimato.
O levantamento da Abraplex reuniu dados de mais de 90% dos cinemas de todo o Brasil, os números de bilheteria e público ainda podem ser maiores, conforme explicou a associação.
Os tons de rosa tomaram conta do Brasil e do mundo durante o pré-lançamento do filme “Barbie”. Por trás da forte estratégia de marketing, o montante investido pela Mattel Films e Warner Bros poderia chegar a marca de US$ 100 milhões, segundo estimativas.
A campanha começou em abril de 2023 com fotos “vazadas” dos protagonistas Margot Robbie e Ryan Gosling andando de patins em Venice Beach, na Califórnia.
No JK Shopping, as ações de divulgação do filme se alastraram desde a rede de fast-food até as linhas de roupas exclusivas e vitrines temáticas. Caixas instagramáveis personalizadas e ativações nas redes sociais com conteúdos sobre a trama também foram destaque pelo mall.
E você, já assistiu o Barbie The Movie? Qual a sua opinião sobre o filme mais aguardado do ano? Valeu a espera?
Por Ana Gabrielle Ramos, redatora
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